sexta-feira, 3 de abril de 2009

MEU PAI DÁ; NÃO VENDE

Publicada pelo Pastor Márcio Barroso dos Santos Trindade
"MEU PAI DÁ; NÃO VENDE"

Uma pobre mulher jazia em seu leito de morte prestes a render a alma ao Criador. Uma sede abrasadora secava-lhe a língua, e ansiava por um pouco de água fresca. À beira do leito sua filha, mocinha de seus quatorze anos velava. Ela teve este pensamento: "Vejo lindíssimas uvas, sempre que passo pelo palácio real. Vou ver se me vendem um cacho, que não pode ser muito caro. Oh! se pudesse ao menos conseguir um cacho para minha mãe!" Em direção, pois, do palácio correu, e à entrada a sentinela perguntou com voz áspera, o que pretendia ali.
"Quero falar com o rei", explicou a mocinha. "É impossível! não pode!" "Mas minha mãe está morrendo! tenha dó da gente!" "Estranho nenhum tem licença de passar por aqui." Partiu-se o coração da moça, e as lágrimas irromperam de seus olhos.
Nesse momento chegou ali o príncipe, filho do rei, que, enternecido com o pranto dela, indagou da sentinela o que havia. Virando-se então para ela perguntou: "Menina, o que é que quer com o rei?" "Ah, meu senhor, minha mãe está à beira da morte, e eu queria comprar para ela um cacho de uvas, porque está abrasada por uma sede horrível."
Ordenando que o acompanhasse, levou-a a uma das parreiras, e, cortando com a própria mão um dos cachos mais belos, entregou-lho dizendo: "Meu pai dá; não vende." –
Guia do Viajante.
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do livro "Mil Ilustrações Selecionadas", Dr. D. Peixoto da Silva, Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro, 1966

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