Publicada pelo Pastor Márcio Barroso dos Santos Trindade
A CHAVE DE OURO
A CHAVE DE OURO
O amor é a chave do coração humano. Anos atrás, no intuito de ajudar alguns pequenos das ruas escuras de Nova York, uma organização humanitária recorreu a certos agricultores residentes nos distritos adjacentes, a fim de tomarem esses rapazes em suas casas, no campo, onde os verdes gramados de Deus, as árvores e os belos prados espaçosos poderiam ser vistos pela primeira vez por esses pobres párias. E um dos garotinhos, um "ratinho de armazém", como lhe chamavam, foi trazido para a casa de um fazendeiro exatamente na ocasião em que eles iam ter um convescote com os membros da igreja. Não sabiam que fazer com ele. Não desejavam levá-lo consigo, para que não lhes servisse de embaraço. Não queriam deixá-lo em casa sozinho, receando que fizesse qualquer roubo. Escolheram, portanto, o menor dos dois males, e o levaram também ao piquenique. Os meninos fizeram uma jangada no rio e começaram a divertir-se com ela na corrente. Tudo ia muito bem, mas eis que um dos pequenos caiu na água. Os mais velhos achavam-se afastados da corrente, quando ouviram os gritos frenéticos que soltava e correram a salvá-lo. Antes que chegassem, porém, o "ratinho de armazém" atirou-se à água e salvou o rapaz. Era pleno inverno. Fazia frio e a água estava, por assim dizer, gelada, o que produz uma sensação deveras desagradável. Assim que o rapaz tinha sido salvo, as pessoas presentes tiraram suas capas e o envolveram. Animaram-no e sufocaram-no de beijos, afagando-lhe ternamente o rosto. Entretanto, o outro rapazinho permanecia de pé junto à multidão, tremendo de frio. Alguém propôs fazerem ali uma subscrição para ele. Tiraram 20 reais e mandaram o superintendente da escola dominical oferecer o presente ao pobre pequeno. E ele disse: "Meu homenzinho, desejamos dar-lhe isso como uma pequena prova de nossa apreciação." E passou-lhe a carteira. Mas o rapaz ali ficou a tremer de frio, e disse: "Senhor, não aceito o seu dinheiro. Quero antes que o senhor me faça uma coisa. Não quer fazer o favor de dizer a alguém aí que me ame?" Oh! O amor é a chave de ouro que descerra o coração dos homens! Quando Livingstone, a mil e seiscentos quilômetros de Zanzibar, morreu de joelhos, aqueles cinqüenta e seis nativos que o tinham acompanhado através do continente tomaram-lhe o corpo, tiraram-lhe o coração pois diziam: "Seu coração pertence à África, porque ele a amava" E enterraram aquele coração sob uma árvore. Depois carregaram o corpo com tudo quanto lhe pertencia por mais de mil e seiscentos quilômetros através dos desertos, enfrentando toda a sorte de perigos, combatendo tribos hostis, e o foram depositar, e a cada objeto que lhe pertencia, num porto. Ah! seu coração foi sepultado ali, à sombra daquela árvore, no coração da África, porque ele falava a língua da humanidade, o idioma do Amor. – A Supremacia do Amor.
do livro "Mil Ilustrações Selecionadas", Dr. D. Peixoto da Silva, Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro
do livro "Mil Ilustrações Selecionadas", Dr. D. Peixoto da Silva, Casa Publicadora Batista, Rio de Janeiro
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